Partindo do conceito de Marx em que a história da humanidade é a história das lutas de classes, pensemos no que é nos dias atuais um movimento organizado (mesmo que por sindicatos, estes atrelados a burocracia do Estado burguês) e que utiliza do instrumento da greve para reivindicar melhorias, seja em âmbito econômico ou estrutural, não está preso as amarras das "categorias", pois reflete mazelas que fazem parte do contexto social de maneira ampla, haja visto que fazemos parte do sistema capitalista que propicia os antagonismos que vivenciamos: a expansão da miséria em meio a fartura.
O que não esta sendo exposto e colocado em questão é o verdadeiro embate que as greves minoritárias são reflexos: a luta da classe trabalhadora contra as elites burguesa e a estrutura do Estado que as mantêm dominantes.
Sendo assim, atos políticos são realizados constantemente seja de maneira consciente ou não. Ao questionarmos por que trabalho domingo?, tenho sempre de fazer hora extra?, por que não posso fazer valer o direito natural e humano de passar um, dois ou mais dias longe de tudo e fazendo o que der na cabeça?, por que o que produzo não fica comigo?, e milhões de por quês sobre nossa realidade direta. Quando estes exemplos se concretizam na cabeça de um indivíduo o mesmo está contestando a estrutura superior da qual ele é parte (o capitalismo).
Quando o enxerga com maior clareza e compreende sua lógica – a de exploração de uma classe minoritária sobre uma classe mais populosa – está avançada sua consciência de classe. Contudo, de nada adianta a teoria sem práxis, ou seja, a consciência por si mesma não basta para mudar a sociedade. Somente por meio da organização e ação direta dos oprimidos será possível acabar com os opressores. À revolução!
BRUNO RAPHAEL
São Paulo, junho de 2010.