"Quem não tem papel dá o recado pelo muro. E quem não tem presente se conforma com o futuro."
Raul Seixas



quinta-feira, 10 de junho de 2010

Reflexos?




Partindo do conceito de Marx em que a história da humanidade é a história das lutas de classes, pensemos no que é nos dias atuais um movimento organizado (mesmo que por sindicatos, estes atrelados a burocracia do Estado burguês) e que utiliza do instrumento da greve para reivindicar melhorias, seja em âmbito econômico ou estrutural, não está preso as amarras das "categorias", pois reflete mazelas que fazem parte do contexto social de maneira ampla, haja visto que fazemos parte do sistema capitalista que propicia os antagonismos que vivenciamos: a expansão da miséria em meio a fartura.
O que não esta sendo exposto e colocado em questão é o verdadeiro embate que as greves minoritárias são reflexos: a luta da classe trabalhadora contra as elites burguesa e a estrutura do Estado que as mantêm dominantes.
Sendo assim, atos políticos são realizados constantemente seja de maneira consciente ou não. Ao questionarmos por que trabalho domingo?, tenho sempre de fazer hora extra?, por que não posso fazer valer o direito natural e humano de passar um, dois ou mais dias longe de tudo e fazendo o que der na cabeça?, por que o que produzo não fica comigo?, e milhões de por quês sobre nossa realidade direta. Quando estes exemplos se concretizam na cabeça de um indivíduo o mesmo está contestando a estrutura superior da qual ele é parte (o capitalismo).
Quando o enxerga com maior clareza e compreende sua lógica – a de exploração de uma classe minoritária sobre uma classe mais populosa – está avançada sua consciência de classe. Contudo, de nada adianta a teoria sem práxis, ou seja, a consciência por si mesma não basta para mudar a sociedade. Somente por meio da organização e ação direta dos oprimidos será possível acabar com os opressores. À revolução!


BRUNO RAPHAEL
São Paulo, junho de 2010.

3 comentários:

William Botelho hoserbauer disse...

Hoje, acordei sobre um sol burguês bem definido e bem planejado, acordei com a esperança (aquela que acabou com a america latina lembram...), esperança esta que o dia seria diferente, seria revolucionário ou reformista, não sei bem... Argentina 4 a 1 na Coreia do sul.. ontem, minha companheira chegou do trabalho dizendo: "fiquei com dó da Coréia do Norte, eles sofrem tanto, disseram que o governo da Coréia só iria permitir alguns minutos da transmissão da partida isso se houvesse uma boa passagem durante o jogo, eles são ruins não...". Fiquei a refletir sobre o comentário e por alguns seguntos tentei argumentar, sem sentido até mesmo para mim, ela têm razão, muitas vezes tentamos defender um regime por ser dito "socialista", porém, não podemos negar como esta passagem se dar, regimes totalitarios, ditadores, opressores, fazem com que o povo sofram e muitas vezes sem sentido, nascem, sobre vivem e morrem e qual o sentido para isso para eles ?? nenhum. Acredito que muitas vezes usamos de estrategias na luta que já não servem mais, concordo com Marx e acredito que devemos rever alguns conceitos (sem sermos revisionistas), para respondermos estas questões e enfrentarmos de forma real. O capitalismo se articula de muitas formas e recria novas estrategias a cada segundo...

Para nossa refelexão

William Botelho Hoserbauer

Bruno Raphael disse...

Com certeza muito daquilo que idealizamos e estimamos por uma sociedade embasada no socialismo, longe dos antagonismos propiciados pelo capitalismo e sua lógica perversa de exploração da maioria em detrimento de uma minoria.
Contudo, diante as inúmeras lástimas realizadas ao longo do século XX e ainda neste decorrente, muitas questões se fazem em nossas mentes que almeja a transformação da ordem vigente. Sabemos ainda que muito do que formulou Marx faz-se mais que presente, porém, novos fatores próprios das mudanças do capitalismo também nos força a buscar novas concepções que ajudem a organização e sirva de parâmetro para uma nova sociedade, sem explorados e exploradores.

WILLIAM BOTELHO OSERBAUER disse...

Bruno, Adriano, William Pimentel, a todos os colegas que aqui se apresentam,indico como forma de encaminhamento e discurssão dos coleas aqui deste espaço e de outros espaços também, a refletirmos e nos movimentarmos no sentido da construção de mais um instrumento de luta, um movimento social contra tudo aquilo que nos distroe. Uma rede socialista de luta, com os proposito de ocuparmos os locais publicos e privados, que possamos entrar dentro dos computadores, das discurssões dentro dos coletivos, que possamos formentar novas formas de lutas e fortalecer as que estão funcionando, convidos os camaradas, companheiros, colegas, amigos a todos aqueles de concordam que á algo de estranho neste nosso meio, nos unirmos e unificarmos, sistematizarmos e incomodarmos a todos que esteja acomodados.

Atenciosamente
@HOSERBAUER